Está em cartaz no MASP a exposição Histórias da Ecologia.
São cinco andares de exposição, no novo edifício Pietro, de uma diversidade étnica e territorial de artistas percorrendo os temas:
- Teias da vida;
- Geografias do tempo;
- Vir a ser;
- territórios, migrações e fronteiras;
- Habitar o clima.
Uma exposição arrebatadora, que deveria percorrer o Brasil!
Deixamos aqui registrado as obras que nos tocaram para que o pluriverso seja uma realidade. No pluriverso, os mundos de todas as pessoas devem coexistir com dignidade e paz, sem depreciação, exploração ou miséria e as pessoas se reconhecem como uma parte humilde da teia da vida.








A luta do MST por soberania alimentar, agricultura familiar, água limpa, educação, cultura, alimentação digna de qualidade e justiça ambiental nos toca profundamente.
A luta dos povos indígenas para preservar a vida na Terra parte de alianças afetivas entre pessoas indígenas, não indígenas e seres dos mundos natural e espiritual, expressa no conceito cunhado por Jaider Esbell – Txaísmo.
A problematização da percepção da passagem do tempo rompendo com a organização dominante da sociedade ocidental é a proposta das Geografias do tempo.
Aycoobo, (Wilson Rodríguez) um colombiano apresenta um calendário baseado nas condições impostas pela floresta amazônica.
A obra de Passagem de Celeida Tostes, construída na relação com o barro, mostra a continuidade do ciclo vida-morte-vida.
Vir a ser investiga as relações entre seres humanos, não humanos e mais-que-humanos – que incluem animais, plantas, rios, florestas, montanhas, fungos e minerais -, bem como os modos simbólicos, espirituais e materiais que as estruturam.
Uma obra do Movimento dos artistas Huni Kuin mostra Mito do surgimento da bebida sagrada Nixe Pae, onde animais, vegetais e humanos se entrelaçam para o nascimento da nixe pae, uma bebida sagrada, que permite ver, ao mesmo tempo, “passado, presente e futuro”.
Territórios, migrações e fronteiras aborda deslocamentos forçados decorrentes das transformações ambientais que reconfiguram paisagem, comunidades e modos de vida. Aborda fronteiras tanto físicas quanto sociais que moldam as experiências desses deslocamentos.
A obra Gestão Responsável da Terra do Bureau d’Études organiza o planeta em “esferas” — litosfera, hidrosfera, atmosfera, semiosfera, tecnosfera, exosfera- que formam sua estrutura ontológica. Expõe as relações de poder e os movimentos de resistências e contra-mundos que experimentam outros modos de existência, mesmo em escalas mínimas.
Cecília Melendez do povo Shipibo-Konibo, na obra, Cuidando do meu marido com plantas, expressa um modo de existência e modos de cuidado em tempos de Covid-19
Habitar o clima reúne obras que refletem criticamente sobre as formas de habitar e de se relacionar com o entorno.
A obra Descida da Terra de Cristina T. Ribas e outras cartógrafas molhadas, trata dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul em 2023 e 2024, que afetaram mais de 650 mil pessoas. A obra analisa como as águas redesenharam rios, lagos e bacias hidrográficas oferecendo uma percepção ampliada do desastre.

Deixe um comentário